domingo, 10 de maio de 2009

FESTIVAL GODARD: WEEK-END

O roteiro é o seguinte: Depois de uma conversa sobre sexo, Rolland e Corine decidem viajar de carro até a casa dos pais dela. Na estrada, topam com engarrafamentos monstruosos, vários acidentes, carros incendiados, figuras da revolução francesa redivivas e um grupo de terroristas canibais.

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Godard, 1967. Por Glauber Rocha:

“Cínico, anarquista, irreverente, trágico, romântico, irresponsável, clássico, inquieto e desconcertante – eis a multiface deste franco-suíço magro e nervoso.

As dúvidas são muitas, a polêmica cresce, a pergunta é inevitável nos quatros cantos do mundo:

- Você gosta de Jean-Luc Godard?

Pra começo de conversa nenhuma pessoa com princípios gosta de Godard.

Godard é um dos melhores temas para a chamada discussão sobre “arte e engajamento”. Esta conversa cheia de chavões é o blá-blá-blá preferido dos chamados críticos conservadores.

O máximo de coisas no mínimo de tempo, ação simultânea, um encontro da sociologia com a ficção, da antropologia com a poesia, de Shakespeare com science-fiction, da pintura com a filosofia.

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Quando Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema da pedra (No meio do Caminho), o poema virou piada pelo Brasil afora.

Qualquer imbecil de gravata contava com muita graça o verso da “pedra no meio do caminho” e dizia: - “Esta eu também faço!”

Hoje, Drummond se consagrou como o grande poeta brasileiro e um dos maiores do mundo: o verso da “pedra no meio do caminho”, ganha sua devida força, seu terreno é firme, suas raízes ninguém mais arranca.

Os filmes de Jean-Luc se parecem com esta “pedra no meio do caminho”.

O cinema é a lata de lixo das belas artes.”

Rolland pede carona em uma auto-estrada. Um carro para, o motorista abre a janela e pergunta:

- Você está num filme ou na realidade?

- Em um filme. – Rolland responde.

- Em um filme? Você mente.

O motorista arranca com o carro deixando Rolland sozinho.

Rolland exclama: - Que filme podre! A gente só encontra com gente doida!

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2 comentários:

Anônimo disse...

- Que filme podre! A gente só encontra com gente doida!


adorei! posso me ver falando isso em diversas situações. hahaha

paoleb disse...

ahhh haroldite, vc como sempre chamando o que há de melhor no reino da dinamarca. saudades !!!!!