Ah, nada como andar por Copacabana para dar uma arejada e desopilar as idéias. Frase mais clichê impossível, mas agora já foi. Sentir o vento gelado na cara, olhar para cima, para o alto dos prédios e me dar conta que há muito tempo não olho para cima. Vejo vitrines, vejo butiques, só não vejo quem eu quis. Luiz Melodia no headphone e o marulho da cidade.
Eles voltam do trabalho e eu leio as manchetes. Leio que proibiram o “funk”, a diversão da rapaziada. Isso não se faz, pensei. É uma pouca vergonha, disse a tia do meu lado. Minha senhora, pouca vergonha é este seu cabelo azul que me deixou sem argumentos.
Então caminhas. Tô na PJ. Prado Junior. PJ Harvey. Tá tranqüilo. Um sanduíche no Cervantes e um chopp raro de se beber naquela hora do dia. Hoje eu desconfio bem mais do rapaz que me serve do que ele de mim, não tenho dúvidas. Nem dívidas quanto a isso. A sobremesa na Fornalha. Observar o movimento e a pilha dos moradores. Os transeuntes me agitam. A marra do negão fumando cigarro e abordando o gringo.
- Ten dóla. Control of de mete.
- Sculpe, sorry...
- Trepeite, forniqueite, maico jécson.
Gringo sai batido, meio com medo, meio de saco cheio. Eu também caio fora. Saio saindo. Cresce ao redor o zunido e o chiado do vento.
2 comentários:
êita!
Sobre os bailes funks...
O que vc tem contra o cabelo azul das velhinhas de Copa??
Acho lindo!!
Eu tb achei. Tanto que fiquei sem argumentos. Ficou bniii...
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