sexta-feira, 31 de julho de 2009

COMO DESPEDIR-SE DE UM LIVRO

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“Saiba, meu pobre coração não vale nada, pelas três da madrugada, toda palavra calada...”

- Alô! Zeca! Onde cê tá, bitchô? Bom, seja onde for se manda daí. Cê tá fudido. Tá sabendo né? Deu merda e a casa caiu, véi. Tô me sentindo assim meio o Nissim, nessa de te dar uns toques, mas cê num aprende, né? Zeca? Tá me ouvindo? Tô parecendo a Lia? Cê abre os imeio dela? Quando cê vai acabar seus roteiros? Cê tem talento, cara. Cê sabe né? Cê devia ser ator. Foi a Sossô, ou foi a Josi que falou isso? Você é um puta cara, bitchô! É só dá um tempo. Bom, tenho certeza que cê tem um plano Z aí na mioleira. Por que cê não liga pro Margarido, meu querido? Ou liga pra Sossô e...aliás, liga não. A essa altura do campeonato, a fofoletetéia deve ter esvaziado todo o HD do note e se mandado junto com o Melquíades, isso se o Roquetão já não tiver enquadrado todo o cast da surubrâmane. Bom, tenho certeza que cê vai sair dessa. Pra logo mais entrar em outra, como é bem típico na putana dessa tua vida. Sei lá, pensa no Pedro. Sei que cê tem saudades. É o seguinte ó, só queria dizer que a tua Pornopopéia não vai ter fim. Virou top 20 das melhores leituras e boas referências...feito Panamérica, Grande Sertão, Moby Dick, Me Segura, Folhas da Relva, Animal Tropical, O Náufrago, Uivo, Pé na Estrada, Oeste de Roma, filmes de Sganzerla, Tonacci, Moniceli, Glauber, Cassavetes...Tudo embalado e enrolado pelo main theme “Três da Madrugada” de Torquato Neto e Carlos Pinto que não pode faltar em uma Pornopopéia que se preze, com o perdão do trocarilho. Fiquei afimzão de começar o “Portnoy” do Philip Roth que você leu lá em Porangatuba. O Ingo passou aqui e falamos de você. É claro que ele trouxe a cítara. Rachamos o bico de tanto rir. É, meu camarada, concordo quando você diz que a vida pode ser uma experiência partilhada de desencanto e confusão e ao mesmo tempo pode ser divertida e pornográfica se você tiver olhos atentos. O que acaba de me inspirar um hai cai infame, porém incontrolável :

No Limite da vontade

e cuma puta vontade

toda Pornopopéia

termina e começa

cheia de Som e Fúria

Como você mesmo diz, amice: Do not jump into conclusions. Ba-ai!

quinta-feira, 30 de julho de 2009

MILES DAVIS EM 6 TEMPOS

1

percorrer a trilha

sonora paisagem rotineira.

 

2

Aqui dentro faz sol

Aquece o peito

E a tarde muda.

 

3

Amar o lugar é amar a palavra do lugar.

 

4

Poema: Pequeno pedaço de oração.

 

5

Você é assim de gestos

bêbados a contar miragens perpétuas.

 

6

nada é imutável.

 

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Para Dylan e Ginsberg

Eu estava com você no dia em que

escalei montanhas que emergem para além dos olhos, que visitei o despertar chuvoso dos subúrbios, que sobrevoei cidades onde cães andam de cadeira de rodas, que acordei em algum hotel ordinário na Glória às cinco da madrugada com crise de asma,

que fui dado como desaparecido, entre traficantes, no meio do Pacífico, que protestei contra a Guerra, qualquer uma delas, que assinei notas promissórias para Rui Barbosa, que me entupi de quindim em Feira de Santana, que frequentei bares na beira do Rio Vermelho onde li e reli Jorge de Lima,

que perdi a razão no carnaval de Santos, que passei pelos incríveis rituais de sobrevivência na boemia mineira, que na Rua do Livramento eu ateei fogo em uma lixeira para um grupo de turistas fotografar,

que eu bebi para me confessar, que estive em uma cidade onde a população cansou de andar vestida, tiros gritos e correria na Serra da Canastra, que a gente dava passeios no Itororó, que descobri que tem gente nesse aborrecido mundo que mata só pra ver alguém fazer careta,

que fiquei sem amor como espelho sem imagem, que parei numa sala onde um homem contava o dia em que escalou bêbado e nu, vinte carros de polícia estacionados, que decidi que tudo o que eu viesse a escrever estaria contido de você.

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Na foto, o cantor Bob Dylan e o poeta Allen Ginsberg em frente a lápide do escritor Jack Kerouac.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

MOBY DICK

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“Estamos em pleno mar...”

Castro Alves

Um dos primeiros romances que li na vida foi a história de Moby Dick, a baleia branca. Tudo bem, “li” é maneira de dizer. Não lembro se ganhei de presente ou era um livro que pertencia a meu pai, o fato é que eu não saia de perto do livro e nem o livro saia de perto de mim. Era uma dessas edições grandes, como essa agora da “Cosac Naif” cheia de ilustrações e uma capa com uma baleia branca descomunal quase destroçando um pequeno bote. Cada vez que lia um bocado, eu voltava para a capa e quase recomeçava o livro de novo de tão fascinado.

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Como já disse, era uma edição ilustrada, cheia de mapas, rotas marítimas, animais marinhos e muitas baleias. De todas as formas. Também cenas de caçadas implacáveis, homens e seus arpões em botes mínimos contra verdadeiros monstros. Parecia um livro infinito. Lembro de ficar pasmo com a quantidade de histórias e personagens interessantes descritos ali e ao mesmo tempo, todas elas pareciam falar de um homem apenas. Ahab, o capitão. O capitão da alma.

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“Sou o senhor do meu destino,

Sou o capitão de minha alma!”

Moby Dick arrancou a perna de Ahab, durante uma caçada. Agora, Moby Dick precisa morrer. É a mania de Ahab. A bordo do Pequod, conduzido durante três anos por uma tripulação formada por renegados, náufragos, canibais, um índio, um negro, o jovem Ishmael e três esplêndidos imediatos, e com a coisa toda envolta em praticidade e loucura. A indústria americana? O navio, símbolo do nosso mundo civilizado? O navio da alma de um americano? O que é então Moby Dick ? O mais profundo sangue da raça humana, nossa mais profunda natureza sanguínea, o mal que habita em todos nós? Fustigam as velas e o escritor D.H. Lawrence em um belo ensaio sobre o livro.

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Meu segundo encontro com Moby Dick foi no cinema. O filme de John Huston com Gregory Peck no papel de Ahab e roteiro de Ray Bradbury selou minha relação de amor por este livro para sempre. Mais tarde, na galeria de “monstros de minha infância”, Moby Dick se diluiria um pouco, com a chegada de King Kong, Tubarão e...Conan, o bárbaro.

Ontem fui ver a adaptação teatral de Moby Dick dirigida por Aderbal Freire-Filho. Atores excelentes, dramaturgia idem e eu ali, mais uma vez embarcado em uma nova e ao mesmo tempo antiga viagem. E mais uma vez a baleia venceu. Fui engolido por ela. Feito Jonas, a tripulação do Pequod e o público ali presente.

Chego em casa e, mais uma vez, abro Moby Dick no início e leio sua primeira frase: “Trate-me por Ishmael.” Ou por “H”, pensei.

 

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Leituras - IV

MINHA VIDA INTEIRA

Aqui outra vez, os lábios memoráveis, único e semelhante a vós.

Persisti outra vez na aproximação da ventura e na intimidade do sofrimento.

Cruzei o mar.

Conheci muitas terras, vi uma mulher e dois ou três homens.

Amei uma menina altiva e branca, de uma hispânica quietude.

Vi um arrabalde infinito onde se cumpre uma insaciada imortalidade de poentes.

Saboreei numerosas palavras.

Acredito profundamente que isso é tudo e que não verei nem farei coisas novas.

Acredito que minhas noites e meus dias se igualam em pobreza e em riqueza aos de Deus e aos de todos os homens.

Jorge Luis Borges – Primeira Poesia

quarta-feira, 22 de julho de 2009

ENQUANTO ISSO, NA FILA DO HOSPITAL...

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- Próximo.

- É meu menino.

- O que é que ele tem?

- Gripe suína.

- Como a senhora sabe?

- Ele tá com diarréia.

- E o que mais?

- Mais nada. Só diarréia.

- Então ele está com diarréia. Não está gripado, minha senhora.

- Mas disseram que se ele tivesse diarréia era porque tava com a gripe.

- A diarréia é um dos sintomas da gripe.

- Então ele tá gripado.

- Mas ele precisa apresentar outros sintomas pra que se caracterize um quadro de gripe suína.

- O quadro, meu senhor, é que meu filho tá mijando pelo cu. Aquela porra do valão lá perto de casa faz isso com tudo que é criança. O senhor sabia que já morreram umas cinco só esse mês? Não quero que meu menino morra nem de diarréia, nem de bala perdida. Tá certo?

- Se a senhora tiver um pouco de paciência.

- Já morei lá também, meu senhor.

- A senhora faz o seguinte. Dá esse remedinho aqui pra ele, se ele piorar, a senhora volta aqui. Não precisa entrar na fila. Vem direto falar comigo.

- Só isso?

- Sim. E lave as mãos.

- Pode deixar. Quando chegar água lá em casa eu lavo.

terça-feira, 21 de julho de 2009

LEITURAS - III

SUJEITO INDIRETO

Quem dera eu achasse um jeito
de fazer tudo perfeito,
feito a coisa fosse o projeto
e tudo já nascesse satisfeito.
Quem dera eu visse o outro lado,
o lado de lá, lado meio,
onde o triângulo é quadrado
e o torto parece direito.
Quem dera um ângulo reto.
Já começo a ficar cheio
de não saber quando eu falto,
de ser, mim, indireto sujeito.

Paulo Leminski - Distraídos Venceremos

domingo, 19 de julho de 2009

LEITURAS - II

“- Agora vai dizer em voz alta, e sem pensar, tudo que lhe vier à cabeça. Relaxe o mais possível e nada de escrúpulo.

- Escrúpulo. Cabeça. O oceano é azul. Que calor está fazendo. A morte de Danton. As metamorfoses de Ovídio. O senhor é uma besta. Com quantos paus se faz uma canoa? Vinte e um, vinte e dois, vinte e três, vinte e quatro. As laranjas da Califórnia são deliciosas. Umbigo. Rapadura. Otorrinolaringologista. É a tua, mulher nua, vou pra Lua, jumento, pára-vento, dez por cento, Catão, catatau, catapulta que o pariu, catástrofre, caralho, os medos, os vegas, as vegaminas, as sulfas e as para-sulfas, diametilaminatetrasulfátosódico, porra de merda, argentino, argentário, argentículo, testículo, laparotomia, Boris Karloff, Irmãos Karamazov, Irmãos Marx, Marx, Engels, Lenin, Lenita, onomatopéia, onomatopaico, onanista, ovos de Páscoa, jerimum, malacacheta, salsaparrilha, Rzhwpsykj, Celeste Império, semicúpio, Salazar, sai azar, seis e vinte da manhã, Dadá, Dedé, Dodô, Dudu, holofote, oliveira, olá Olavo, Alá, ali, alô sua besta já não basta?…

- Basta.

O sábio agora me olhava atentamente, o lápis suspenso no ar, o bloco de papel com rascunhos sobre o joelho. Sua máscara traia uma grande inquietação, como se temesse alguma coisa ou já começasse a por em dúvida a minha sanidade. Até que, simulando uma calma absoluta, arriscou com o ar mais natural deste mundo:

- O senhor já foi à Bulgária?”

Campos de Carvalho – O Púcaro Búlgaro

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quinta-feira, 16 de julho de 2009

ONDE LÊ-SE DIA LEIA-SE NOITE

Ah, nada como andar por Copacabana para dar uma arejada e desopilar as idéias. Frase mais clichê impossível, mas agora já foi. Sentir o vento gelado na cara, olhar para cima, para o alto dos prédios e me dar conta que há muito tempo não olho para cima. Vejo vitrines, vejo butiques, só não vejo quem eu quis. Luiz Melodia no headphone e o marulho da cidade.

Eles voltam do trabalho e eu leio as manchetes. Leio que proibiram o “funk”, a diversão da rapaziada. Isso não se faz, pensei. É uma pouca vergonha, disse a tia do meu lado. Minha senhora, pouca vergonha é este seu cabelo azul que me deixou sem argumentos.

Então caminhas. Tô na PJ. Prado Junior. PJ Harvey. Tá tranqüilo. Um sanduíche no Cervantes e um chopp raro de se beber naquela hora do dia. Hoje eu desconfio bem mais do rapaz que me serve do que ele de mim, não tenho dúvidas. Nem dívidas quanto a isso. A sobremesa na Fornalha. Observar o movimento e a pilha dos moradores. Os transeuntes me agitam. A marra do negão fumando cigarro e abordando o gringo.

- Ten dóla. Control of de mete.

- Sculpe, sorry...

- Trepeite, forniqueite, maico jécson.

Gringo sai batido, meio com medo, meio de saco cheio. Eu também caio fora. Saio saindo. Cresce ao redor o zunido e o chiado do vento.

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quarta-feira, 15 de julho de 2009

LEITURAS - I

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CONSOLO NA PRAIA

Vamos, não chores.

A infância está perdida.

A mocidade está perdida.

Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou

O segundo amor passou.

O terceiro amor passou.

Mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.

Não tentaste qualquer viagem.

Não possuis carro, navio, terra.

Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,

em voz mansa, te golpearam.

Nunca, nunca cicatrizam.

Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.

À sombra do mundo errado

murmuraste um protesto tímido.

Mas virão outros.

Tudo somado, devias

precipitar-te - de vez - nas águas.

Estás nu na areia, no vento...

Dorme, meu filho.

CDA

segunda-feira, 13 de julho de 2009

domingo, 12 de julho de 2009

ESTE MUNDO ESTÁ TODO TUITADO OLHA AÍ, TÁ TUITADO

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Tá tuitado, tá tudo tuitado. Cara, eu tenho uma relação de amor e ódio c o Twitter. A única “pessoa” que eu realmente me interessei em seguir foi o Snoop Doogy Dogg, mas a única coisa que ele tuitou foi: TWITTLE MY TWIZZLE. Ele ou o perfil falso dele? Jesus tuitou assim: “Fui comer um hambúrguer.” Mas não era a Madonna?! Haha. Vou de Maria Rita Kehl: COMO SE DÁ A RELAÇÃO COM O SEMELHANTE NUM CAMPO DOMINADO POR FORMAÇÕES IMAGINÁRIAS?

O fato é que no Twitter, certas colocações podem ter o mesmo efeito que soltar uma bufa em um elevador lotado. São muitas opiniões, links, citações, desenhos, fotos, significados, significantes, reviravoltas, trocas de turno, abobrinhas, patacoadas, reportagens, lançamentos, guerras declaradas, ódios, amores destilados e fermentados em verso, prosa e piada de, nominimo.com de 140 caracteres por baixo, isso de acordo.com o tuitorial: “Twitter for Dummies”. Tem gente daqui que escreve em inglês! Tipo, a pessoa tem amigos no exterior? Ou é pra dar uma valorizada? Ao invés de: “Eu amo as flores do meu jardim” tuita: “I Love the flowers in my garden.” Qual o subtexto q ces lêem? Eu leio “Galera, fiz CCAA e amo The Police.” Aliás, acho que vou tuitar isso. Tuitar daqui em inglês é mole...quero ver é gente de lá tuitar em português. Ô lingüinha difíce! Ê-ê.

Acho. Só isso. Só acho. Só. Não tenho certeza. De nada. Ou quase nada. Só acho. Como eu disse, é uma relação de amor e ódio. Porém, uma coisa me faz pensar que esta talvez seja a pior forma de solidão internética possível e passível. Ah, mas como deixar de falar da revolução do Irã-Contras? E o casamento do Pato com a Gripe Suína? E o funeral do travesti do Ronaldo? E o onze de setembro de MJ? E o ônibus 174 incendiado ontem? E essa coisa de distribuir prêmios para quem estiver te seguindo não devia ser adotado como programa de governo? Dá pra compartilhar um Blues, aí, amigo? Mais bacana que a sua TV ectoplasmática, eu agarantio. Vou de Maria Rita Kehl, de novo: A FAMA VEM A SER O SUBSTITUTO DA CIDADANIA? Jo, e não o Jô, me pergunto lo mismo entre otras cosas que tuitter me acostumbraste... Mas, estamos todos dispensados de pensar sobre isso agora. Manda e-mail mais tarde ou Bjomeliga?

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

MUNDO, HOMEM, ARTE EM CRISE

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Galera, Strokes e tal papapa aquela banda de lá que em 2001 lançou um disco incensado por vários Nag Champados da imprensa especializada e que realmente era muito boa. E pq é legal quando a indústria fonográfica (ainda existe isso?) lança coisas assim como foi com o Nirvana e uma lista de várias outras bandas legais.

Lembro que na época, eu e meu amigo Frederico acompanhávamos atentos a evolução dos Strokes. A cada lançamento de single (ainda existe isso?), os Nag Champetes da Folha de São Paulo ilustravam a ilustrada de capinhas e fotinhas e criticazinhas e que tava disponível pra baixar na dona internet. Lembro bem ou posso estar inventando que o “Caderno Mais...ou Menos” também analisou a proposta esteticamente organizada dos Los Strokes em uma coisa CBGB No New York DNA Television Talking Heads Stooges Ziggy Pop e eu concordo, concordei e só não bati cabeça porque hoje já tem lugar pra isso. Aliás, o barato em bandas e bandanas é isso o lance de se mimetimomentaneizar na banda ou bandana do momento em uma coisa que já foi mas também pode ser e que na verdade já é ou já era. STROKES era meio tipo isso.

Mesmo com todos os quatro pés atrás, fui atrás de THE MODERN AGE e fiquei boladão. Daí, amigo, ladeira abaixo. Ou acima. Arriba abajo a los quatro puntos cardinales os caras acertavam em todas. Depois veio NEW YORK CITY COPS, acho, que não curti muito por que a polícia daqui é melhor pra não dizer ao contrário que a dos caras. Na sequencia seqüela mandam ou mandei LAST NITE um misto de Phil Spector com uma pegada Ramones end of the century e guitarras! Guitarras! Guitarras, véio! Quanto tempo não ouvia uma guitarra soar riffs daquele jeito que não fosse em discos hours concours tipo sonic youth q não conta, é outro objeto fundado em sua própria identidade. E não me encham o saco com essas porras de pagodeiros ensaboados. Tem uma música que se chama “Não faz isso comigo”(?!)...bitch! um desses sujeitos aí...porra, não faz isso comigo? Se ele acrescentasse o porra no início da frase, eu até comprava a patacoada patacotuitada.

Atualizando Chubby Checker: “Let´s Twitt again”.

A conversa com o Strokes era essa: Bastidores do show biz, relacionamentos, alienação social, cinismo, artistas e seus “produtos” no salão de mais de mil palhaços, política cultural burocrática (ou...posso estar viajando, devo estar.) Oh, people they don't understand No, girlfriends, they won't understand In spaceships, they won't understand And me, I ain't ever gonna understand...Last nite she said…

 

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HARD TO EXPLAIN o que senti hoje ao over ver a um palmo da cara um quadro de CHAGALL na exposição “VIRADA RUSSA” no CCBGB. FILONOV, KADINSKI, MALEVITCH e o supremo suprematismo Caralhorovorovitch e Isto é e era pra ser um post sobre a respeito das teorias Chagallianas sobre projeções ao passado e ao futuro aplicando as leis do desejo cubista e suas descrições de realidade através de reminiscências, ou que mais sua imaginação pintar, camarada tovarich.

Tava russo de bater a Rússia em uma época que vicejava o teatro com Meyerhold que não tava de bobeyerhold, artes plásticas com Kandisnki, Chagall, Malevitch (Malevitch é outro papo, mais adiante, segura essa, bitchô.) na pintura. Tatlin, Pevsner e Gabo na escultura, isso sem falar na voz dominante e dominadora de Maiakósvski na poesia e nas “glórias nascentes” do cinema...quem quem? Raimundo Nonato Eisenstein. É brincadeira, meu? Por que ainda não tem nenhuma novela que se passa na Rússia e alguns brasilorussos da bieolprússia abrem um bar russo na Lapa? Tem um brasileiro nos Strokes. Aliás, sempre tem um brasileiro na jogada, já reparou? Haren Bepe!

Condições econômicas, políticas e políricas cruéis que se agravaram não permitiram um maior e mais prolongado desenvolvimento daquelas experiências. Mais ou menos como aqui, não? Como aqui, como ali, como em todo lugar herethereandeverywhere.com O que é espantoso é que aquelas experiências frutificaram, floresceram, desenraizaram, bombaram e ao contrário de muitos de seus experimentadores, não desapareceram. Vi Frank Miller, Fleshbeck Crew e Zulu Nation me acenando de mãos dadas. Acho que nem no lugar mais colorido do planeta possa ser que exista tal combinação de cores. Os russos nos apresentam um outro planeta. Outras perspectivas. E avenida em russo quer dizer perspectiva. Avenida Sarneyevski, perspectiva Sarneyevski.

Agora um trecho de um poema do velho Maiaka e depois um clip dos Strokes. Nasdaróvia!

“Perdidos em disputas monótonas,

Buscamos o sentido secreto,

Quando um clamor sacode os objetos:

“Dai-nos novas formas!”

Não há mais tolos boquiabertos,

Esperando a palavra do “mestre”

Dai-nos, camaradas, uma arte nova

- nova -

Que arranque a República da escória.”

 

terça-feira, 7 de julho de 2009

OLHARES E OLHOTAS

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ATO 1 - Tá vendo aquele ali sentado na cabeceira da mesa? É um escritor. Basta olhar para as sobrancelhas arqueadas a mão apoiada no queixo e a coçadinha na testa. Papo pós-feira-estréia-velório-festa as dez e meia da noite no Leme enquanto uma queima de fogos no Arpoador anunciava o que mesmo anunciava a chegada de mais um loqui carregamento de armas ou a independência dos eua eua, hein o golpe em Honduras a truculência chinesa la chinoise de Godard indicar para Adaílton e tb Band-a-Part, Acossado, Viver a Vida, Tudo Vai Bem aplicações homeopáticas de tintura godardiana, penseipensar alguém me disse adoro ser conduzida eu disse eu também adoro qd me pegam pela mão adoro ser conduzido dirigido guiado levado deve ser por isso q n sei dirigir ainda

[vagar sozinho e cantar]

ATO 2 - Fico pensando...das duas umas...três da tarde achei na banca de revistas por 19,90 uma pechincha e comecei a ler “A Vida Sexual de Catherine M.” biografia de Catherine Millet, crítica de arte que relata suas experiências sexuais com vários homens e mulheres muitas vezes ao mesmo tempo em lugares os mais insólitos com uma narrativa seca e natural sem parecer comercial de absorvente li as primeiras cinco páginas mas depois me senti traindo a surubrâmane de Reinaldo Moraes e voltei correndo pra lá depois volto para as orgias existencialistas bom isso de escolher a melhor bacanal que vou me meter no bom sentido é claro sempre é ainda mais com essa coisa que parece que todo mundo só fala de um assunto só mas são vários afluentes e várias irrigações do mesmo assunto e de vários outros desde “acordei agora” a “não estou com saco de trabalhar” duas frases que não agüento mais ler por aí...

Podcast

ATO 3 - CENA DO TÁXI - Talvez por ser o sétimo dia útil do mês que tá esse trânsito todo pq tem cara que só sai de carro nesses dias que nem aqueles que sai domingo só daí fica assim não é nada é muito carro mesmo muita gente deve ter gente que por causa do banco fechar as quatro o dia fica mais curto né não? Sábado fui na feira c minha mulher a gente tá lá tomando cerveja e adivinha começou a chover foi água até o meio da barraca mas é assim p quem quer tomar uma cerveja, dançar um forró comer carne seca e aquela chuteira de ouro? É de ouro mesmo? E o Sarney? É safado mesmo esse cara? É ou não é? E o Michael? Morreu, né rapá. Tá vindo da onde? Muito frio por lá? Vai ficar onde? Leme? Ah tá

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EPÍLOGO - Encontrei Megan Fox às quatro da manhã em uma banca de revistas olhei p ela que a princípio estranhou mas depois foi muito receptiva afinal de contas o q n falta é assunto se deixar vai até de manhã até zerar até atingir o zero o grau zero da escrita falei para Megan vamos começar um novo país? Do zero, certo? Megan Fox achou mega fake e disse mais tudo é movimento, tudo é mudança o conhecimento de muitos está contido em um e o conhecimento de um está contido em muitos. Qualquer coisa pode acontecer, portanto, prenda a respiração e pule!

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domingo, 5 de julho de 2009

ESTÓRIAS REAIS – I

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Três da manhã. Outra vez. Outra vez corpo e mente funcionando como se fosse meio do dia. Outra vez pronto para a ação sem ter o que fazer. Outra vez pronto para fazer qualquer coisa que lhe traga o cansaço. Uma discussão que o distraia e dê sono. Qualquer estupidez que o entedie profundamente. Qualquer porra menos ler, ver televisão ou simplesmente ficar deitado na cama. Tentativas já esgotadas de

“Tente relaxar...” Disse a voz do rádio (até o rádio ligou). Deve ser algum programa de crentes insones, pensou. “Tente relaxar isso!” falou para o rádio com o dedo médio em riste. Nada de álcool ou béqui, pensou, alternativas por demais estimulantes não poderiam ser cogitadas. Não àquela hora. Ouviu o famigerado “plin-plin”. O vizinho ainda assiste televisão. Não era a única pessoa acordada na cidade, pensou. Mesmo assim sentiu desconforto. O mundo parecia hibernar. Por ser inverno, talvez. Ninguém na rua, nem na internet. Nem os três “Ps” (Pizza, Puta e Playstation) vão assistir ao formidável enterro de tua última quimera. A essa hora meu chapa, é rosca. Zero. Finito. Game over. Toma uma ducha fria, fecha os olhos e dorme, fidapu. Aquele teu chazinho de Camomila da Índia não faz mais efeito nem aqui nem em Nova Déli. Hare babaca.

Mais uma noite de sonhos intranqüilos, pensou Kafkianamente. Na verdade, já não lembra mais da última vez que sonhou. A única coisa que não consegue tirar da cabeça é que naquela semana contou por três vezes para três pessoas diferentes como chegou até aqui, o que faz para viver, porque voltou para a antiga casa dos pais, quais são seus piores defeitos, suas melhores qualidades, seus três desejos imediatos, contou a própria vida três vezes para três pessoas diferentes. Três. Três da manhã. Agora três e cinqüenta e quatro. Três é a Imperatriz no Tarô, pensou. Busca de calor, proteção, segurança, prazer e êxtase. A mãe. A terra. As origens, as raízes. Do ventre à gruta, dos intestinos aos labirintos, da respiração à tecelagem, veias artérias sol lua coluna vertebral eixo da Terra...Princípios femininos dando pico de audiência na mioleira. Tudo complexo demais para ser abordado a essa hora pensou, mas tudo a ver com essa busca de...Um cheiro de café invade as breubas da madrugada. O vizinho desligou a TV tem tempo já

sexta-feira, 3 de julho de 2009

10 PERGUNTAS (AINDA) SEM RESPOSTAS (AINDA) SOBRE A MORTE DE MICHAEL JACKSON

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10 – Cadê o corpo?

9 – Quem é o pai biológico do filho de Billie Jean?

8 – Assim como o Kung Fu e o Sarney, foi asfixia auto-egóica?

7 – A voz na secretária eletrônica é de King Jong Ill?

6 – Quem é o perfil falso de MJ no Twitter?

5 – Humberto Cunha, Raul Cadore e MJ são a mesma pessoa?

4 – Qual era a cor da luva branca de MJ?

3 – O velório será no Dona Marta?

2 – Carlinhos de Jesus será o novo coreógrafo de “Thriller”?

1 – Amy Winehouse deve ficar com a chave da despensa?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

PUNHETOCRACIA

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“This is a VCX presentation...” Anunciava a voz sensual da maioria dos filmes pornôs alugados as pencas e as pressas da locadora. O recorde foram sete no mesmo dia. E tudo pra devolver no dia seguinte. O lance era ver tudo na madruga, na moita. Comentar durante o jantar que o filme do “Corujão” daquela noite seria imperdível, esperar o povo se recolher e pau na máquina. Antes, rezar para Onan que os quatro cabeçotes do vídeo não se descabeçassem ao mesmo tempo. Uma fita presa dentro do aparelho era top 5 das situações constrangedoras. Principalmente pra quem tinha um vídeo-cassete para a casa toda. Uma vez, o amigo não sei de quem passou pela humilhação de ter que ir ao técnico junto com os pais e resgatar “As 100 Melhores Gozadas de Todos os Tempos” toda enrolada dentro do VHS. Ele inventou uma história para os pais que estava assistindo “Rocky, um lutador”. Aham. Punheteiro não sabe mentir.

Quando o filme era ruim, a vontade era de tacar a fita junto com o aparelho pela janela e que tudo se espatifasse na cabeça do dono da locadora que teve a coragem de colocar aquilo pra alugar. Mas, depois entendi. A capa era feita pra enganar. E como enganava. Não existe capa de filme com mulher gostosa que não afunde na lagoa de hormônios dos all the young dudes. O VHS era realmente a ilha de salvação do adolescente em fúria.

 

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Fora isso, as revistas. Lembro de ficar impressionado com a coleção de “Status” que circulava livremente na casa do tio de um outro amigo. Praticamente um Jardim das Delícias no caos de Copacabana. Além da mulherada de pouca roupa ainda tinha entrevista com Jorge Luis Borges, artigos do Ivan Lessa, tiras do Henfil...Eu pensava: “Que gente mais prafrentex. Lá em casa tenho que esconder tudo na mangueira de incêndio que fica no corredor e ainda arrebentar o cadeado toda semana.” Era coisa pesada: “Fiesta”; “Close Up”; “EleEla”, nada de “Playboy” que era revista pra quem ainda não sabia ou não sabe o que é putaria. Mal comparando, é tipo “Malhação”, que é um programa pra quem não sabia ou não sabe o que é novela.

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Desde aquela época, uma pergunta que não quer calar: “Por que mulher não gosta (ou não “curtiu isso”) de filme pornô?” Ah, é porque tem que ter história...Ah, é porque os caras são uns pafúncios...Ah, é porque tudo é muito machista...O mais impressionante é que assim como em boteco não existe “petisco diet”, não há resposta pra isso. Talvez elas tenham razão. Talvez elas tenham razão desde sempre. Só nos resta concordar e bater cabeça pra Wong Kar-Wai. Ou não.

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Pra que essa volta toda? Só pra dizer que Sarney, Michael Jackson, Farah Fawcett, Kung-Fu e outros quetais me remetem e remontam aos confusos anos 80. Uma época inteira vista de dentro do Box Blindex da Sesosbra. Os anos 80 ainda assombram nossas mentes, paus e xotas no estica-e-puxa do estímulo auto-erótico de lamber e não tratar da próprias feridas. Agora só falta alguém me dizer que o Ron Jeremy também marreu.

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

TEGULCIGALPA, RJ

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Foi nessa banca que o cara ganhou mil reais na raspadinha? Foi. Caralho! “Caralho digo eu minha filha tô aqui olhando essas fita pornô de muié que esguicha, já viu isso?” Moço quanto é a Gloss e um Altoids? Tem indústria pornô em Honduras? Me vê uma raspadinha aí mestre Tegulcigalpa Tegulcigalpa é um bom nome de atriz pornô Tegulcigalpa, a raspadinha do Rio. Aquele rapaz pegou gripe suína ele já tava gordo feito um...Porco? “Muié que esguicha?” Mas eu vi ele outro dia na TV, rapaz. MJ? Não MC. MD? Não MMDC. MC Dewmal MC Ferrow “Esguicha o que?” MC Batata eu curtia o MC Batata apesar de não lembrar o funk que ele cantava foi num baile funk baile do borel conheci uma mulata da boca de mel ou era Feira de Acari? É sim lá em Acari é molinho de achar é numa rua logo ali lá na Feira de Acari Feira de Caruaru Feira de Acariaru faz gosto da gente vê para não deixar de fazer o antropolink do dia a dia caminhar até a banca e ler as manchetes CHAMA O DR. CASTANHO: MALUQUETE MATA A AVÓ E DIZ QUE FOI VOZ QUEM MANDOU.

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DEVE TER SIDO A VOZ QUE FALA NA CABEÇA DO SARNEY, FALOU UM #forasirney PENSEI EU millormorfeizando millorsofando a crise do senado que o twitter quase derribou nós vamos para a sexta exponencial explanacional crise crisis what crisis do ano e nada do que foi será como antes de novo do jeito que já foi um dia tudo passa tudo passaralho eu passaredo foge Asa Branca vai Patativa. Do Assaré. Kant lá que eu canto cá não é um milagre ainda estarmos vivos? “A MILIÇA DA NET FOI LÁ EM CASA ONTEM. Cortou meu sinal agora as quiança tão sem o Discovery Hot diz que dá próxima vez é o canal alemão que eles vai cortá pra que me interessa o canal dos alemão? Pode cortá essa merda bando de filme fuleiro do caralho Num tem filme dubrado! Se tivesso filme dubrado eu via. Mas pô, filme que num apareciu nem um peitiu? Até os mutante aparecia o pantanal de fora Ah! Sou mais pagar um lanche pras prima do Copa Show borá lá comprar pão de queijo pra elas?” “Depende. Elas esguicha no Copa Show?”

É um milagre ainda estarmos vivos um descaralhamento de trem em Londres um avião que cai no Iêmen cai cai balão cai cai Sirney cai aqui no meu prato de bife salada arroz e ovo frito um café um cigarro pra espantar mosquito um trago tudo isso não é vício são companheiros da solidão mas isso só foi no início Lobão tem razão o rock enrow virou isso aí que você tá vendo dona Susan Boyle da voz de nove mil anjos a banda da Fazenda onde os incomoDADOs que se juntem se peguem e desapareçam ô moço se me faz favor de ver logo essa raspadinha se saiu uma de mil reais pode sair outra e me mudo pra Tegulcigalpa com Tegulcigalpa na garupa da minha CB 200 Dillinger estáila xô tiê-sangue, xô tiê-fogo, xô rouxinol sem fim bico calado toma cuidado que os homi vem aí HEY ganhei mais uma raspadinha me vê outra

dillinger