segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Núcleo Base


Escrever sobre música é lembrar de conversas com amigos. Quando discorríamos sobre:

- Pela volta do uso do sampler no rap - as bases andam muito fraquinhas. Na real, parece que os rappers não tem mais o que dizer a não ser falar de dinheiro e tirar férias com os parceiros.

- "King of the Limbs", o novo do Radiohead - que mais parece um disco de passagem da banda. Aqui, ao contrário dos rappers atuais, as bases são potentes, próximas do Dubstep (Burial, Skream, Benga, Kode 9, etc.) e Jungle (alguém lembra? Era alguma coisa antes de virar Drum and Bass). Taí uma banda corajosa. Que outra "banda de arena" pretende se aventurar no estúdio para experimentar novos climas, ambiências sem produzir um hit pra todo mundo cantar junto? U2? Coldplay? Ah, vá...Já li por aí que "desse jeito a banda confunde os fãs e a imprensa". É isso aí. Fãs e imprensa tem mais é que se confundir mesmo.

- "Feito para Acabar", de Marcelo Jeneci - Muito bacana o disco. Algumas gosto mais e outras sei que vou parar de ouvir para sempre. Gosto muito daquela em que ele parece falar de qualquer geração (Por Que Nós -"Éramos célebres, líricos, éramos sãos..."). Me lembrou "Construção" de Chico Buarque no uso dos proparoxítonos e alguma coisa do Clube da Esquina. Coisa linda são os arranjos de cordas. Ficaria feliz se lançassem uma versão sem os vocais. Lembro de um disco do "Dr. Octagon", que foi lançado em duas versões. a primeira com vocal era inaudível, a segunda, sem vocais, só com as bases (as bases, novamente as bases), era um outro disco, muito mas muito melhor.

- O primeiro show do Cidadão Instigado que eu vi no Sergio Porto e que nunca mais esqueci. Depois vi mais um no Circo e as maravilhas que Fernando Catatau promove na guitarra. Perdi esse último no Rival. Estava sem paciência pra por o pé na rua aliado a muito trabalho por fazer. Fiquei sabendo que teve participação de Dado Vila-Lobos e que tocaram Legião. Que posso dizer? Até a próxima.

- Ainda nesse verão de 2011, lembrei do animado, porém curto show do Fino Coletivo no Arpoador e o quanto o som deles, de alguma forma, parecia Lucas Santanna. Até que os caras emendaram uma versão de "Lycra-Limão" do Lucas e as minhas sinapses ficaram em festa. Pensei em traçar uma linha: Fino Coletivo - Lucas Santanna - Rubinho Jacobina - Domenico+2...até revisitar o passado com Stereo Maracanã - Boato - Acorda Bamba.
Mas, não sei se tudo isso cabe num post.

- O que mais ouço, leio e comento entre amigos: Patti Smith, Slits, Siouxsie, Talking Heads, Arcade Fire, Tim Maia, Cure, Bob Dylan e tudo de Robert Wyatt.

- E que mais tarde tem show com Anthony B. e Bushman - Bases - Fundamentos - Tudo é Estrutura - Mo fya!

2 comentários:

Artur Miró disse...

grande, grande texto sempre. Estive aí em muitos dessas papos e momentos (o show do cidadão no sérgio porto, Marcelo Camelo perdido na platéia, olhando e sacando o som do Catatau). Sempre muito bom, Mourão. Abráx!

Alvarêz Dewïzqe disse...

Cara, ouve a trilha sonora do filme Crazy Heart (Coração Louco). É de primeira!