segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Discoteca Básica ou a lenda do Capitão Coração de Bife



A revista Bizz, junto com a SomTrês e a Roll formavam a tríade das publicações que marcaram os anos 80 e me faziam juntar uma grana todo mês para comprar e ler sobre música e cultura pop.

"Discoteca Básica" era uma das seções da Bizz onde muita gente boa como José Emilio Rondeau, Bia Abramo, Thomas Pappon, Alex Antunes e Hermano Vianna escreviam sobre álbuns que ampliaram o repertório geral. Geralmente, a "Discoteca Básica" vinha na última página e era por onde eu começava a ler a revista. Conheci muita coisa por ali, como o Berlin do Lou Reed, o Astral Weeks do Van Morrison, o Low do David Bowie, o Transa do Caetano, o Revolver do Walter Franco, o Dirty Mind do Prince e o Trout Mask Replica do Captain Beefheart.

Todos os discos supracitados me (ins)piram até hoje. Um deles especialmente. A resenha do Captain Beefheart (número 32 - Edição de Março de 1988 - Escrita por Peter Price) só me fazia pensar, por força de tanta estranheza e informação nova, onde e com quem eu poderia arrumar uma cópia de um disco assim: Em 1969, auge do psicodelismo hippie, Don Van Vliet (aka Captain Beefheart) compôs as 28 faixas do "Trout Mask Replica" em oito horas com apenas um piano e um gravador, os músicos da "Magic Band" tinham nomes como "Drumbo", "Zoot Horn Rollo", "Rockette Morton" e "The Mascara Snake", despejavam dissonâncias, improvisações, slide guitar, assobios, vinhetas e uma capa de foder.

Precursor do Punk/New Wave, parecia uma coisa radical destinada somente a uma faixa altamente especializada de consumidores. Músicos, por exemplo. Na época eu pensava assim, hoje acho que é música para quem gosta de música.



A primeira vez que ouvi a voz do Captain Beefheart foi na faixa "Willie the Pimp" no disco Hot Rats do Frank Zappa (os dois eram amigos desde a adolescência) e virei fã na hora. Ouvia a música tantas e tantas vezes e não enjoava.



Era um riff de guitarra nos moldes clássicos de "Smoke on the Water", "Satisfaction", "Kool Thing" ou "Paranoid"...e a voz rouca de Beefheart encarnando um cafetão de cabelo penteado para trás, calça cáqui e sapatos pretos brilhantes vendendo HOT MEAT, HOT RATS, HOT ZITS, HOT ROOTS, HOT SOOTS, HOT CHEST. Aliás, o disco inteiro "Hot Rats" é um capítulo a parte e pretendo falar disso um dia. Por hora, voltemos ao Captain, my Captain...


Eu ouvia também muito Tom Waits. Adorava todas as músicas e aquela voz de blueseiro velho à sombra do apocalipse. Quando comecei a ouvir as músicas de Beefheart eu lembrava muito de Tom Waits e mais Howlin' Wolf on acid. Depois li em algum lugar que o disco "Swordfishtrombones" de 1983 de Tom Waits foi concebido após várias imersões na música de Van Vliet. Mas não foi só apenas isso...


O pessoal do Sonic Youth fez um cover de "Electricity" (música do primeiro disco de Beefheart) e incluiu como faixa extra na versão de-luxe do álbum "Daydream Nation". E caras como Matt Groening, Kurt Cobain, Black Francis e John Frusciante também incluem Captain Beefheart como uma influência primordial.


O disco "Lick My Decalls Off" (1970) abre com o singelo poema:


"Rather than I wanna hold your hand/

I wanna swallow you whole/

and I wanna lick everywhere it's pink/

and everywhere you think"


Desde que ouvi isso, pirei e corri atrás do que pintasse com o nome Beefheart na capa. Encontrei o primeirão "Safe as Milk" (1967) e o tão falado "Trout Mask Replica" (1969) em alguma loja que já não deve mais existir.


Entrar em contato com essas obras de invenção pura, com jeito de oráculo, onde o sentido vai se dando, para usar uma expressão do poeta Régis Bonvicino, pelo "encantamento sincopado dos sons" me faz pensar que a lenda do Capitão Coração de Bife vai permanecer viva em qualquer discoteca básica. Bom, pelo menos na minha vai.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Com quantos Bootlegs se faz uma discografia?


"Ain’t it hard to stumble
And land in some funny lagoon?"

Bob Dylan - Outlaw Blues


A impressão que se tem sobre a trajetória de Bob Dylan é a de que desde o primeiro disco em 1962, ele plantou raízes tão profundas que pra se desenterrar seria preciso cavar até o outro lado do mundo.


Falo do número 8 (!) da série de bootlegs (sobras de estúdio, versões alternativas, faixas ao vivo nunca lançadas) de Bob Dylan. Pra muita gente boa que faz música, oito discos é uma longa carreira.


"Tell Tale Sings" corresponde a fase que vai de 1989 a 2006. Época em que Dylan foi moldando o visu "Vicent Price" e gravando discos como "Oh Mercy"; "World Gone Wrong"; "Time Out of Mind" e "Modern Times" de canções tão elegantes, belas e difíceis de imaginar como seriam tocadas de outra maneira.


Voltando um pouquinho, mais precisamente em Março de 1965 até Maio de 1966, Dylan lançou três clássicos do rock de todos os tempos: "Bringing All Back Home"; "Highway 61 Revisited" e "Blonde on Blonde". Até que um acidente de moto o retirou de cena. Alguns anos depois ele reaparece com "John Wesley Harding" (1967) e "Nashville Skyline" (1969). Dylan literalmente pisa no freio e muda o clima das canções revisitando folk e blues.


Vinte anos depois, em "Oh Mercy" (1989) até "Modern Times" (2006) Dylan fez álbuns que, como um novo tipo de encantamento, trazem o reencontro com as primeiras influências: Hank Williams, Lonnie Johnson, Charley Patton, Leadbelly, Johnny Cash... É possível sentir na música de Dylan, a presença de todos esses artistas feito nomes que surgem em uma conversa e se vão.


"Para os Beatniks, o mal era o convencionalismo burguês, a artificialidade social e o homem de terno. As canções folk automaticamente levantam-se contra o cerne de todas essas coisas. As músicas de folk e blues já haviam dado meu conceito pessoal de cultura. Todas as outras culturas do mundo eram ótimas, mas quanto a mim, a minha cultura, aquela em que eu havia nascido, cumpria o papel de todas elas." Bob Dylan em "Crônicas".


E no incessante Baú do Bob vem aí "The Bootleg Series Vol. 9". Para um artista que rotineiramente reescreve a própria obra, parece que a coisa está longe de acabar. Tomara.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Uma tarde na Modern Sound



Calçadão de Copacabana. Era um dia quente. Eu fumava um cigarro e meu amigo também. Andamos até a loja de suco para fazer um lanche. Começamos a conversar sobre um filme recente que lembrava um filme dos anos 80.

"Rocco!" Gritou um italiano do outro lado da rua, acenando para um amigo. Como eu sabia que era um italiano? A cidade está cheia deles. A cidade está cheia de estrangeiros. Grupos de todos os tipos. Italianos, chineses, turcos, indianos, russos. Copacabana está sempre cheia deles. Muitas vezes eu mesmo me sinto um turista em Copacabana. Talvez por não ser daqui. É, taí uma boa razão para que eu me sinta assim.

A TV da casa de sucos está sempre ligada. Não importa muito o que está passando. Às vezes é um campeonato de poquer, às vezes é um jogo de futebol e às vezes é um cardápio em slide show dos sanduíches e refeições que eles oferecem.

O rádio do restaurante ao lado é quase um alto falante. O lugar está lotado e as pessoas precisam falar mais alto para que sejam entendidas. Isso tudo forma um emaranhado imcompreensível de vozes, misturadas com o barulho dos ônibus e dos carros.

Entramos na livraria. Certos discos e livros possuem um certo magnetismo. É impossível sair da frente de alguns até que você decida comprar.

Naquele momento, eu estava entre a biografia de Keith Richards e a do Chacal. Levei o segundo. Certos livros tem magnetismo.

Enquanto olhávamos a seção de CDs, meu amigo comentava sobre essa onda de reprocessar, reconstruir, desconstruir um clássico, a sensação é a de que ocorreu uma dobra no tempo e aquele disco você acha que poderia ter sido gravado ontem. Você vai ao passado e volta ao presente em cada nota. Respondi que sim e meu amigo saiu para fumar.

Continuei ali em pé. A livraria também tinha uma TV ligada. Parece que todo lugar deve ter uma TV ligada. Um velho assistia com atenção as notícias.

Comentei com o meu amigo sobre a regravação que o Beck fez do primeiro do Velvet, lembrei também do Dougal Reed e a reinvenção do Rumours do Fleetwood Mac e o que o Flaming Lips fez com o Dark Side of The Moon, que deve ser o disco mais reprocessado da história. O pessoal do Easy Star reprocessou em dub, fizeram a mesma coisa com o Ok Computer do Radiohead e o Sgt. Peppers dos Beatles. Parece aquela história do Borges em que um sujeito reescreve todo o Dom Quixote linha por linha e no final não é o mesmo disco, ou melhor, livro. Não tem uma história dessa?

Andar. Circular. Ler e reler, ver e rever, ouvir e reouvir a história do rock.
i love rock and roll.

Eu estava pensando em todas essas coisas. O meu amigo perguntou sobre um livro que eu tinha comentando com ele, mas esqueceu o nome. Também não consegui lembrar. Vejo um homem que examina disco por disco da loja.

Alguma coisa. Alguma coisa existe nessa onda. Alguma coisa existe nessa onda de vinil que nos deixa realmente presos ao passado. Eu mexia e remexia os discos e sempre dava de cara com alguma coisa interessante.

Antigamente (antigamente, haha.) a sensação de estar dentro da Modern Sound era a de estar em um parque temático. Tamanha era a alegria de poder olhar todos aqueles discos reunidos. A História da Música Universal ao alcance das mãos, e na maioria das vezes, fora do alcance do bolso.

Hoje, a sensação é a de estar em um museu. Toda a discografia do Jethro Tull, Eric Clapton, Free, Tangerine Dream, Frank Zappa, Miles Davis, Charles Mingus, Lee Scratch Perry...penso em qualquer artista, é bem capaz de se encontrar por lá em uma nova edição, ou em uma caixa luxuosa. Coisas que só a Modern Sound tem, ou tinha, agora que vai fechar. Nunca existiu uma loja como a Modern Sound.

Na Modern Sound permanecem aqueles mesmos códigos para os discos: "D1-Importado", "LX2-Nacional", "F-Lançamento Nacional"...coisas assim, não decorei exatamente os códigos, até porque para saber o valor é preciso consultar a tabela correspondente de cada letra e depois...enfim, um sistema arcaico, e aparentemente bem sucedido.

Pensei em levar algum CD como uma memória afetiva, e fiquei com o "Sweetheart of the Rodeo" dos Byrds em mãos. Estava uma "bagatela" de 65 reais, (era o LX2 ou algo que o valha). Em algum momento, lembrei do meu amigo que disse ter conseguido em outra loja por 20, ou 15 reais e acabei desistindo da aquisição, depois eu gravo, ou baixo de algum rapidshare da vida, sei lá.

Saímos da loja e a rua estava silenciosa. Chovia um pouco.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Os Shows da Minha Vida (à moda de Felipe Hirsch)



Depois de ler a coluna "Pop Cult 29" de 06/12/2010, como faço toda segunda-feira, o diretor teatral Felipe Hirsch responde a provocação de um amigo de infância sobre quais seriam os shows que marcaram a vida dele. Também me senti provocado e com vontade de elencar os meus preferidos.

Só uma exceção que, no meu caso, acho necessária. Show transmitido, pode? É porque a primeira vez que vi um show de verdade foi em Manaus, pela TV. Kiss ao vivo no Maracanã (ou Maracanãzinho, não lembro), 1982. Turnê do "Creatures of the Night". Com um tanque de guerra no palco que atirava "de verdade". A banda ainda tocava de máscara. Eu não conseguia falar de outra coisa durante meses. O som e as imagens não saiam da minha cabeça. Aluguei muita gente falando sobre o Gene Simmons cuspindo sangue, o solo de bateria do Eric Carr, a guitarra que expelia fumaça de Vinnie Vincent e Paul Stanley quebrando a guitarra logo depois de "Rock and Roll All Nite". Lembro que no domingo seguinte, no Fantástico, o Kiss apareceu pela primeira vez sem máscara, lançamento do "Lick it Up". Comprei o disco e, revoltado, desenhei as máscaras com caneta bic na cara dos integrantes. Depois me arrependi por ter estragado a capa. Mas percebi que a melhor fase do Kiss é o Kiss de máscara e logo me perdoei.

Ainda em Manaus, o primeiro show que assisti ao vivo na beira do palco foi no teatro do Hotel Tropical, 198?, com Leo Jaime, Kid Abelha e minha banda preferida na época, Ultraje a Rigor. Eu nunca tinha visto nada igual. Pessoas cantando, dançando, querendo tocar nos músicos. Lembro de ter ficado muito impressionado com o Carlinhos, o guitarrista e com o Roger. Como eles tocavam bem. Na época, "Inútil", era uma espécie de "Satisfaction". O baterista Leospa conseguia ser engraçado e simpático mesmo escondido. Achava que até então nada poderia ser igual ao "Nós Vamos Invadir Sua Praia". Até que veio o "Cabeça Dinossauro" dos Titãs e o "Selvagem?" dos Paralamas.

Depois do primeiro show ao vivo, eu não queria outra vida. Queria saber de tudo sobre o mundo do rock, metal e derivados. Não ligava muito para música brasileira, apesar de tocar muito em casa. Só abria exceção pra Roberto Carlos que não saía dos alto falantes de qualquer rádio que estivesse ligado em qualquer lugar da cidade. Mas eu curtia. O Rei emocionava de verdade.

Ainda falando de Manaus e "ao vivo pela TV", lembro do show do Iron Maiden no primeiro Rock in Rio. Aquilo sim, foi pesado. Marcou tanto que adquiri o passaporte eterno para o mundo do metal. Virei fã incondicional do Iron, comprei todos os dicos e imitava o Bruce Dickinson e o Dave Murray no espelho. Prometi a mim mesmo assistir ao vivo, pelo menos uma vez na vida ao show de qualquer banda, ou músico do meu interesse. E até que uma certa forma, venho cumprindo essa promessa.

Quando mudei para o Rio, a coisa mudou de figura. Pra melhor, quero dizer. Assisti ao primeiro show do Echo and the Bunnymen por aqui no canecão e segundo eles, foi o melhor show de toda a carreira da banda. Lembro que no mesmo mês, ou no mês seguinte, no mesmo Canecão, assisti Jesus And The Mary Chain dois dias seguidos com gente rolando pelo chão de tanta euforia.

Logo depois veio o PIL e achei que fosse dar merda com a plateia que não parava de xingar o John Lydon. No final do show ele mandou, fora do palco, mas ainda com o microfone: "Go home, silly people!" E não voltou pro bis. Fiquei com raiva e ao mesmo tempo feliz. Punk que é punk não respeita as convenções. Na época eu já enveredava pro punk rock, mas ainda era ligado ao Metal.

Qualquer show de qualquer banda de metal, trash-metal, hardcore e que fosse pesada e de vocais incompreensíveis, eu estava ou gostaria de estar. O "Caverna" era o lugar. Verão no Rio de Janeiro. Calor insuportável. Mas ali muita gente ficava de preto, correntes e tachinhas reluzindo ao sol. Eu queria vomitar e cuspir nos "New Wave". Depois eu comecei a gostar das bandas "new wave" e parei de ir naquela merda de lugar.

Uma banda, particularmente, me fez repensar tudo o que eu ouvia: "Felini". Enxergar o mundo através das composições de Thomas Pappon e Cadão Volpato era uma maneira de se tornar mais inteligente. Eu já gostava da banda e fiquei sabendo que eles fariam uma apresentação única no Teatro Ipanema. Lançamento do "Amor Louco". Foi uma experiência incrível ver aqueles caras de perto. Nessa noite conheci dois dos meus melhores amigos. E acho que conversamos até de manhã sobre o que tínhamos acabado de ver. Outra promessa que fiz a mim mesmo foi de sempre que o Felini viesse tocar aqui no Rio eu estaria na plateia. E cumpri. Fui a todos os shows dos caras aqui no Rio.

Esse tipo de promessa também me ocorreu com "Chico Science e a Nação Zumbi". Fui a todos os shows que eles fizeram por aqui. Até quando eles abriram pra Fernanda Abreu, na Barra, eu fui. Era só meia hora de show. E eu estava lá. Lembro que rolou um desrespeito da produção. Fecharam as cortinas e a banda ainda estava no palco. Acho que na época, ninguém entendia aquele som.

Quem teve a oportunidade de ver o Chico Science no palco sabe do que estou falando. Era realmente uma coisa inovadora. Quando ele entrava em cena e começava a dançar com o Toca Ogan era um espetáculo a parte. A banda, as músicas, o visual, era realmente uma nova proposta que faz eco até hoje. Não perdia um show sequer da galera do Recife. Mundo Livre ainda com Otto, Eddie, Mestre Ambrósio (assisti em êxtase, literalmente), Jorge Cabeleira, Cumadre Fulozinha, DJ Dolores...Eu queria mais era largar tudo e ir morar em Olinda, assistir a cena "Mangue Beat" ao vivo, de perto. Falar, conhecer, documentar e ficar amigo de todos aqueles artistas. Conheço muita gente boa que fez isso.

Lembro de quando rolava uns shows no Arpoador, tinha um palquinho ali e a galera se amontoava pra assistir: Johnny Alf, Moraes Moreira, Pepeu Gomes, Tim Maia, Jorge Ben... Nunca deu confusão, nunca rolou uma briga, nem repressão. Pelo menos perto de mim, pelo menos com os amigos que estavam comigo. Ainda bem.

Hoje em dia, ainda gosto de assistir shows ao vivo. Não ando muito empolgado com multidões. Aliás, nunca fui. Sempre gostei de shows mais intimistas, em lugares pequenos. Mas é claro que tinha que abrir uma exceção e ver R.E.M. e Neil Young no Rock in Rio, 3 ou 2, sei lá. O show do R.E.M. foi belíssimo. banda afiada e acho que ainda com a formação original. Michael Stipe tomava uma caipirinha atrás da outra e inspirado nele, passei a fazer o mesmo. No Neil Young tanta gente foi embora que dava pra chegar até bem perto do palco. A Guitarra dele parecia falar. Comigo.

Sonic Youth, Kraftwerk (2x), Radiohead, Strokes, Franz Ferdinand, Elomar, Xangai, Legião Urbana, Tulipa Ruiz, Dom Um Romão, Hermeto Paschoal, Mad Professor (a primeira vez, em SP), Ronei Jorge, Planet Hemp, Raimundos, Ramones, Yo La Tengo, Titãs, Plebe Rude tocando The Clash (hilário), Jards Macalé (10x), Jorge Mautner (50x), Luis Melodia (Trocentas x) Itamar Assumpção (3x, sendo uma delas ao vivo no bairro da Penha - SP - lugar onde o sujeito nasceu), The Cure e New Order (2x), são shows que merecem um post para cada. Talvez um dia eu escreva sobre todos esses que não foram só os que marcaram, mas também mudaram, de uma certa forma, minha vida.

Ainda quero ver, Tom Waits, Rumpilezz, PJ Harvey, Leonard Cohen, João Bosco, Burning Spear, The Fall, Roberto Carlos...