quarta-feira, 2 de setembro de 2009
VIAGEM DAS MÃOS - I
não pensa mão não pensa escreve o que em algum momento se pensou em dizer se é que pensou dizer palavras aqui dizer alguma palavra
Ecos distantes de e um pensamento talvez trazido por Marte já se provaram que certas bactérias atravessam o espaço o espírito é um só a matéria é quem comanda se a matéria é forte o espírito é forte e vice versa isso não só para quem escreve ou deixa de escrever ou deixar que as mãos façam o trabalho de escrever pois o trabalho é todo delas mãos ou mães é questão de opiniães
Poderia parar agora parar agora e depois continuar sem escrever e sempre que escrever testar alongar percurtir exigir mesmo que não se aplique em nada em coisa nenhuma coisa nenhuma viva coisa alma viva as alma
a escrita com vida própria assistida o mesmo para o resto do corpo
achar e depois esconder já faz um bom tempo que mãos escrevem tanto pior ou melhor tanto que
Palavra que
Facilita muito ou pouco o ato de deixar a mão correr tecla sem deixar espaço ou tempo para ortografia e ou pouco ou muito se enviesa o pensamento em uma ou mais direções assim é a escrita das mãos
Esta mão não pensa que escreve.
Não ouve o barulho das teclas.
Não sente.
Não sabe.
Não pode.
Não quer.
Esta mão só escreve:
“Que palavra é essa que tanto procuro tornar coisa viva que anda e respira?”
Esta mão escreve só até aqui.
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Um comentário:
gostei, haroldo. e a minha mão não pensa, só escreve o que sente. senão, ela não estaria aqui teclando que gostou...
as (boas) palavras e ideias me fazem bem, e mãos que tem esse dom também, independente do resto... o resto? deixa pra lá.
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