terça-feira, 29 de setembro de 2009
VIAGEM DAS MÃOS - VI
O personagem sem nome o nome do personagem precisa (?!) de um nome o nome do personagem é Ruibarbo, ou Primo Altamirando, ou Primo Levi, ou Nacho Libre, ou Dean Moriarty, ou Albamerindo, ou Ishmael, ou Pedro Garnizé, Ralfo, Cícero, Quampérius, Lot, Pedro Archanjo, João Grilo, Gregor Samsa, Zé Carlos, Esaú, Jacó, Riobaldo Tatarana, Tardewski, Renzi, Isidro, Adilson, Heitor ou Astrogildo que é como me chamo ainda hoje quando me chamo tanto importa
nome serve para nomear
a mistura de sentir o que não está em mim
ele escreve impressões sobre São Paulo. “Impressões sobre São Paulo” já não é a mesma frase que dirá a cidade
prédios ruas e casas me encantam sempre
e o sotaque é tão diferente dessas meninas
de passagem no metrô de passagem atrás da Luz como naquele samba naquela música que toca agora como se fosse natural tocar uma música aquela música naquela hora
O sotaque é tão diferente dessas meninas até a moeda é diferente até pensei trocar de moeda mas a moeda era a mesma só que diferente
Mas Ele é que estava diferente Ele é que sentiu que estava diferente Ele é que estava de volta a escrever de um jeito diferente Sentiu-se então diferente e diferente estava de volta com outros olhos e um punhado de clichês para jogar fora e publicar tudo que seja o oposto do que costuma publicar
AL.linguagem cavar a lin(h)guagem e comeklar linh(gu)agem = tempo de escrever o tempo
escrever a todo tempo sobre todo o tempo que tem-m(p)o(s) para escrever sobre
a mistura de sentir o que não está em mim
aqui no metrô de dentro desse táxi avião iniciar uma série de diálogos
Em um novo caderno iniciar listas:
- Pasta (de dente)
- água (mineral)
- Checar e-mail (Como todo mundo faz quando chega em casa)
- Carregar o celular
- Lembrar da Lei Anti-Fumo e achar bom
- Lembrar de um número que deixou de anotar
- Lembrar do aniversário do irmão (sábado)
- Lembrar mais o que, meu Deus.
- Lembrar de dizer obrigado e boa tarde
- Lembrar de não dizer barbaridades em qualquer situação
- Lembrar de um amigo
- Pai, mãe, tia, irmã, sobrinha
A mistura de sentir o que não está em mim
Imagem
Tela branca
Noite de hotel
Publicar o nada
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
VIAGEM DAS MÃOS - V
COMEÇO SEM COMEÇO
bdhfmnfisksm,dhfjmd.skdbfjhfmfld,dhfnf,ffdhdfk,fmfujfjhfmksdsh
placa de trânsito rua deserta chuva
papapalavras obedecem capítulo inacabado
escrever o que se pensa apenas escrever
sem saber sem nunca saber sem nunca de nunca de nem nunca mais saber
- MAIS TEMPO PARA NADA MAIS ! – Gritou alguém.
fazer
o texto des
a parecer invisível
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
VIAGEM DAS MÃOS - IV
CAPÍTULO 1
A DECISÃO
Aqui um ponto de virada. Seria preciso naquele momento tornar-se o personagem que escreve um livro para tornar-se um personagem que escreve um livro. Um dia na vida desse personagem que escreve um livro até o final do dia que deve acabar com o fim do livro.
O personagem persegue a idéia de escrever um livro que dure o tempo de um dia na vida deste personagem. Para alcançar este objetivo imbecil, o personagem, próprio autor de si mesmo, inventa-se em alguns milhares de outros personagens, em uma coisa meio absurda, meio haribô, meio áfrica, meio civilização oriental.
Inevitável o personagem não falar sobre o tempo e suas elocubrações sobre regras e ditames quase sempre nunca antes cumpridos nunca à risca. Cada página corresponde a uma hora na vida do personagem (ele se chama personagem por enquanto assim) uma coisa meio Jack Bauer encontra James Joyce em um conto de Borges escrito por Gstein
Meuamigo personagem avisa que as referências serão sempre muitas tantas ao ponto de não se saber mais criador ou criatura Jesus ou Genésio mais verbetes que Wikipedia ou Larousse
Se tudo tem um motivo aqui também tem o personagem se perde nas próprias circunvolunções neurais um ser à espera da mãe ainda bebê (e não bbb) ele se lembra do quanto ela é o vazio que o habita
Eis-me aqui. Livro. Um personagem de um livro qualquer que seja um dia na vida desse personagem e ao final que ele continue e que o livro e o dia e o(s) personagem(ns) acabem
Juntos como o dia em que escutou agora o Abbey Road dos Beatles remasterizado e pensa quanto mais a gente avança mais retrocede one step foward two step backwards. O CD naquele momento tornou-se a Pedra de Roseta. Os Beatles a primeira banda que gostou de verdade e gosta até hoje e se não fossem os Beatles quem sabe hoje em dia seria do bicho.
Ele, o personagem saiu, voltou, entrou em alguns sites e procurou alguma coisa que e quando viu já tinha fumado mais um cigarro onde se passa esta novela? Em Marte?
Disse alguém Neste ponto meu amigo neste ponto é preciso dar uma virada, entende? Um ponto de virada uma coisa a mais uma mágica qualquer se vira não tô te pedindo pra transformar água em vinho nem a fórmula alquímica do ouro, mas pelo amor que tens aos Orixás, muda
alguma coisa Certo então avançamos para retroceder é isso é isso os Beatles remasterizados por exemplo belo exemplo meu amigo e nada mais nada mais goza de novo escuta e vai de carona certo música maestro
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
VIAGEM DAS MÃOS - III
o texto em ruínas escombros de texto palavras trituradas moídas soterradas flagelo da palavra o pré o proto o princípio do primeiro o antes de antes o antes de antes de antes
o big bang do texto a causa o acaso a coisa sem nada sem contorno nem vazio que caiba
restos de sobras nacos de fios migalhas de pó de coisa alguma escrever do começo do início de antes da intenção do impulso do ato do gesto incompleto
o big bang do texto a causa o acaso a coisa sem nada sem contorno nem vazio que caiba
restos de sobras nacos de fios migalhas de pó de coisa alguma escrever do começo do início de antes da intenção do impulso do ato do gesto incompleto
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
VIAGEM DAS MÃOS - II
Esta mão está para o escrever se é para o escrever tanta coisa acontece no o que fazer para o escrever para o quem para o onde para o quando parar de o escrever sem parar
do se livrar do que se livrar e tudo bem se eu quiser passar o dia inteiro de pijamas e tudo bem se mais uma notícia imagem link vídeo música filme cena tédio já já tem outra coisa e tudo bem se não botei o pé pra fora hoje lá me encontro aqui
como o que fazer para quem o que quando como onde o que fazer
que se seja que do fundo da verdade seja mais que verdade mas que seja coisa viva que seja o que seja que seja em si o que para alguma coisa além do que é seja mais do que se
do se livrar do que se livrar e tudo bem se eu quiser passar o dia inteiro de pijamas e tudo bem se mais uma notícia imagem link vídeo música filme cena tédio já já tem outra coisa e tudo bem se não botei o pé pra fora hoje lá me encontro aqui
como o que fazer para quem o que quando como onde o que fazer
que se seja que do fundo da verdade seja mais que verdade mas que seja coisa viva que seja o que seja que seja em si o que para alguma coisa além do que é seja mais do que se
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
VIAGEM DAS MÃOS - I
não pensa mão não pensa escreve o que em algum momento se pensou em dizer se é que pensou dizer palavras aqui dizer alguma palavra
Ecos distantes de e um pensamento talvez trazido por Marte já se provaram que certas bactérias atravessam o espaço o espírito é um só a matéria é quem comanda se a matéria é forte o espírito é forte e vice versa isso não só para quem escreve ou deixa de escrever ou deixar que as mãos façam o trabalho de escrever pois o trabalho é todo delas mãos ou mães é questão de opiniães
Poderia parar agora parar agora e depois continuar sem escrever e sempre que escrever testar alongar percurtir exigir mesmo que não se aplique em nada em coisa nenhuma coisa nenhuma viva coisa alma viva as alma
a escrita com vida própria assistida o mesmo para o resto do corpo
achar e depois esconder já faz um bom tempo que mãos escrevem tanto pior ou melhor tanto que
Palavra que
Facilita muito ou pouco o ato de deixar a mão correr tecla sem deixar espaço ou tempo para ortografia e ou pouco ou muito se enviesa o pensamento em uma ou mais direções assim é a escrita das mãos
Esta mão não pensa que escreve.
Não ouve o barulho das teclas.
Não sente.
Não sabe.
Não pode.
Não quer.
Esta mão só escreve:
“Que palavra é essa que tanto procuro tornar coisa viva que anda e respira?”
Esta mão escreve só até aqui.
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